Como Laranjeiras é tombada, o grupo, ao avaliar a situação, chegou à conclusão de que o melhor cenário era a reforma. Formado em 2017, passou a avaliar uma série de sugestões dadas desde 2003, último ano em que o estádio sediou partidas de futebol do profissional.
O projeto foi levado em 2018 ao presidente Pedro Abad, que informou que o clube não tinha recursos para tocá-lo, mas deu aval para o grupo avançar com a ideia. Uma solução encontrada foi assinar um Termo de Cooperação com o Instituto Cidadania Tricolor, uma associação sem fins lucrativos.
Com a autorização oficial do clube, o grupo ficaria responsável por captar dinheiro para o projeto, contrataria escritórios de engenharia e arquitetura para a elaboração do mesmo e representaria o clube nas negociações. Desde então, reuniões foram feitas com órgãos competentes e eventuais investidores. Por conta da eleição e o cenário político indefinido, o projeto diminuiu ritmo e aguarda o novo presidente.
- A gente seria irresponsável de fazer sem ter a definição da situação do clube. O novo presidente terá de tomar essa decisão. Se o clube quiser tocar e ser o protagonista, não tem problema. O que queremos é a reforma de Laranjeiras - afirmou Diogo Bueno.
De acordo com a proposta inicial, os recursos para a reforma não sairão dos cofres do Fluminense. Atualmente, os membros estão captando dinheiro com sócios, conselheiros e torcedores próximos para viabilização desta primeira fase, ou seja, a conclusão do projeto para apresentá-lo aos órgãos competentes. Segundo os integrantes, este valor é de aproximadamente R$ 1 milhão e 75% dele já foi captado, mas ainda não depositado por aguardar a conclusão da eleição.
O projeto como um todo tem uma estimativa de custo variada entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões - não foi revelado o valor na coletiva, trata-se de uma apuração do GloboEsporte.com. Para alcançá-lo, o grupo buscará recursos através do investimento de empresas, contratos de patrocínios, financiamento coletivo de torcedores e leis de incentivo. O grupo tem mapeado possíveis investidores e teve conversas iniciais com três das sete maiores empresas do país, segundo Diogo Bueno.
De acordo com o projeto, com as reformas, o estádio terá capacidade para 15 mil pessoas, sendo 1,5 mil destes para a torcida visitante - estaria, então, liberado para jogos também do Brasileirão. A ideia é de que Laranjeiras seja utilizada pelo futebol profissional masculino apenas em jogos de menor apelo de público (sendo as demais partidas realizadas no Maracanã) e também poder receber treinos abertos à torcida em vésperas de jogos importantes. Nesta linha, o grupo estima uma quantidade de oito a 12 partidas anuais no local - isto pode variar de acordo com a programação da direção. Os estudos feitos sobre a viabilidade econômica indicam que essa quantidade de eventos poderia gerar receitas de até R$ 23 milhões. Atualmente, o estádio é utilizado para jogos das categorias de base e partidas da nova equipe de futebol feminino.
- Estamos visando, conceitualmente, os jogos com menor demanda de público. Os jogos com maior demanda serão no Maracanã. O que não pode é jogarmos para 7 mil pessoas no Maracanã, que fica um mausoléu. Aqui ficará uma pressão absurda - explicou Sergio Poggi.
Para ter uma reforma o mais simples possível e evitar problemas ocasionados pelo tombamento, o projeto não prevê a construção de estacionamento. Há duas estações de metrô (Largo do Machado e Flamengo) e o estádio é atendido por 16 linhas de ônibus, o que, no entender do grupo, resolve o acesso das pessoas aos jogos.